A essência do poder de engajar pessoas está diretamente vinculada à capacidade de construir redes de seres despertos, prontos para o processo de autoconhecimento, autodesenvolvimento e transformação. Redes de pessoas que se sentem felizes e agraciadas com os desafios de superação de si mesmas, na criação de uma obra de arte individual intransferível e coletiva! 

No Brasil, dizemos que o ano só começa após o carnaval. Embora momentos de descontração sejam fundamentais para um bom ambiente de trabalho e, consequentemente, para fazer emergir nossa criatividade, inovação e produtividade, é necessário que estejamos conscientes do impacto dessa cultura em nossas vidas: enquanto indivíduos, organizações e país. Buscar o equilíbrio entre arte e disciplina – eis a questão: belo desafio!

A partir de uma nova mentalidade empresarial capaz de absorver a tecnologia disponível, necessária à inovação, os executivos têm se preocupado, cada vez mais, com aspectos culturais e comportamentais da força de trabalho.

Organizações que colocam seus colaboradores no centro de suas estratégias e possuem métricas que mensuram índices de satisfação, orgulho em pertencer e consequente produtividade, produzem maior retorno financeiro no médio e no longo prazo, se comparadas às suas concorrentes, que não o fazem.

Muitas empresas ainda carecem de sistemas de planejamento e acompanhamento da força de trabalho (Workforce Planning) que utilizam indicadores quantitativos e qualitativos, o que empobrece a contribuição do top management.

Com o objetivo de comparar e comprovar pontos de vista sobre negócios, governo e gestão de pessoas, compreendendo questões desafiadoras atuais e futuras, todos os anos a PwC realiza uma pesquisa global com tomadores de decisão das organizações, em todos os continentes. São informações objetivas sobre o que é importante mudar para se reinventar, em mercados altamente competitivos. Este ano, na 19ª edição da Global CEO Survey, foram entrevistados 1.409 CEOs, em oitenta e três países (Mais informações em www.pwc.com.br).

Na dimensão de Pessoas, os CEOs têm se concentrado em seus desafios de liderança, avaliando os aspectos necessários para impactar de forma significativa a atração, a retenção e o engajamento das pessoas com o perfil desejado.

O que a sua empresa tem levado em consideração, no momento de elaborar seus planos estratégicos? Quais as competências essenciais desejadas para a nova geração de sua força de trabalho?

É essencial que as empresas avaliem o retorno do investimento (ROI) aplicado na procura, na contratação, no desenvolvimento, e no engajamento de um executivo. É importante, também, que transformem aspectos tidos como intangíveis, em resultados quantitativos e qualitativos.

Por exemplo, quanto vale um colaborador que cria valor e quanto custa outro que destrói valor? Como avaliar as perdas financeiras acarretadas por um profissional que corrói as relações de confiança, dissemina fofocas e maledicências no ambiente de trabalho? Qual o custo de um conflito não solucionado? Como evitar a destruição de valor? Qual o valor do aumento de compromisso e engajamento? Qual o valor da contratação e retenção de um executivo inspirador? Qual o valor da confiança de cada profissional em si mesmo, entre os membros de uma equipe, ou entre pares? Qual o valor da abertura do diálogo (assertividade) para com o superior, pares e subordinados? Quais os melhores “sinalizadores”/indicadores, considerando-se os desafios atuais e futuros dos executivos e das organizações?

Nossos estudos ─ qualitativos e coachings executivos ─ e vivências no mundo dos negócios, realizados pela Genesis Desenvolvimento e Potencialização Humana, têm nos mostrado que o fator fundamental para se construir compromisso e engajamento consiste no estabelecimento da confiança entre as pessoas, ou seja, na qualidade das relações no que tange à clareza, coragem, ausência de medo, integridade de caráter e comunhão de valores.

Em suma, empresas que constroem futuros sustentáveis são aquelas que têm nobres propósitos; que criam cenários de livre expressão, alegria, acolhimento das vulnerabilidades humanas; que realizam um árduo e disciplinado trabalho em direção à transformação das sombras e doenças, subterrâneos organizacionais que destroem valor.

 Rugenia Pomi
CEO Sextante Brasil