P & N – Por que People Analytics é o futuro do RH?

Os que se encantam com a prática sem a ciência são como os timoneiros que entram no navio sem timão nem bússola, nunca tendo certeza do seu destino.” – Citação atribuída a Leonardo da Vinci.

A era do conhecimento está em intensa ebulição, expansão, diria até que em um processo de multiplicação inconsciente, caótico, em que seus cocriadores praticamente perderam o controle e o rumo de suas criaturas e criações, ao mesmo tempo que não temos como falar de futuro, pois que o futuro já é presente! Podemos sentir os impactos corporais das emoções de uma tripulação navegando e tentando conduzir uma embarcação que desce corredeira abaixo, em uma velocidade quase que incontrolável, em meio aos obstáculos e perigos desconhecidos, em meio à ansiedade e ao excesso de adrenalina, sem alternativas para se recuperar do cansaço da jornada e de tudo que aí está. Impossível parar; apenas se concentrar nas próprias forças, crenças, convicções; confiar e seguir o fluxo…                                                                                                                                                                                                   No atual contexto de mercado, a velocidade das comunicações e das informações, no mesmo momento em que viabiliza o protagonismo, a potência do indivíduo, o consumidor assume sua importância além da definição dos produtos, incluindo a composição dos itens do processo produtivo, do de distribuição e do pós-venda. Junte-se a isto a volatilidade das inovações tecnológicas, das relações, dos produtos, dos negócios que, num passe de mágica, desaparecem e/ou causam danos irreparáveis ao instituído, às imagens, às marcas etc.                                                   Na teia social e no jogo das inter-relações entre cidadão e estado, é nítida a percepção de que as atuais estruturas, dinâmicas e processos, não mais respondem a este cidadão conectado, que analisa, avalia e critica consistentemente a política e os políticos, pondo em cheque, a cada segundo, as decisões desses dirigentes, na medida que não representam as aspirações da sociedade. E esse nível de consciência dos indivíduos vai formando uma consciência coletiva, que poderá levar a um questionamento, inclusive, do modelo democrático vigente em vários países ao redor do mundo.                                                                                                                                                                                     Sabe-se que há, no mundo, inúmeros cientistas, empresários, economistas, políticos, filósofos, líderes espirituais, jornalistas, sociólogos, antropólogos etc., sinalizando para a emergência de uma mudança de paradigmas sociais e de modelos econômicos para a cogestão de eras diferentes: da Sociedade Industrial para a Sociedade do Conhecimento. E com isso também há, certamente, uma exigência de mudança concreta nos modelos de gestão das organizações, sejam elas públicas ou privadas, correndo-se o risco de aumentar a tensão e, em última instância, chegar-se ao rompimento do tecido social

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Nesse cenário, é vital que cada empresa, por meio de seus líderes, faça autoavaliação quanto ao entendimento, ao preparo e à capacitação de suas equipes de RH para realizar as leituras do ambiente atual, e para prover um suporte robusto nos processos de planejamento e materialização das estratégias dos negócios, posicionando-se de forma proativa e colaborativa.                                                                                                                                                                    Outra reflexão fundamental para a área de RH é que, sem informações estratégicas e consistentes para a cogestão, acaba sendo tão somente um centro de custos; agora, atuando com metodologias e ferramentas para ações mais assertivas e mais bem fundamentadas, estará preparada para o futuro digital e analítico, cada vez mais capaz de chegar a soluções específicas e enfrentar desafios mais complexos. As mudanças são profundas, tanto no cenário externo quanto no interior de cada indivíduo e organização; as formas e dinâmicas de sociedade e os modelos de parcerias estão em transformação acelerada, e não temos uma visão clara do que podemos esperar pela frente, no curto prazo.                                                                                                                                                                                               A segunda edição da pesquisa da PwC para avaliar o nível de maturidade da aplicação das práticas  de People Analytics, nas empresas no Brasil, revela que, apesar de 2/3 das empresas avaliarem como estratégica a atuação de sua área de RH, um pequeno percentual (apenas 10% das 183 empresas) se classifica em um nível de maturidade que realiza previsões e modelagens de futuro com base em técnicas e ferramentas de análise de dados. Entre as principais questões apontadas na pesquisa como desafios futuros para a efetiva aplicação da prática está a baixa sofisticação gerencial, de modo geral, e ainda a dificuldade que os gestores e demais profissionais têm, de correlacionar indicadores e dados com metas e questões estratégicas do negócio

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A atuação estratégica de RH passa, prioritariamente, pela capacitação de sua equipe, que viabilizará a obtenção e gestão de referências confiáveis conectadas às estratégias de negócios, o que reforça, na prática, o tripé que orienta o direcional para o capital humano e a aplicação do people analytics

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