O Tempo do Isolamento Social Compulsório: Impactos e Transformações no Trabalho e na Vida

IMAGEM - ISOLAMENTO SOCIAL

Por Rugenia Maria Pomi

 

¥     Quais os impactos no mundo do Trabalho e dos Negócios, pós-choque de consciência, luto social local e mundial? Quais as perdas e ganhos? Balanço.

¥     Quais os desafios da Liderança? Como será a Gestão de Pessoas e do significado e fluxo do trabalho?

¥     Como potencializar a Força Humana individual e coletiva?

¥     Como será a vida das crianças, dos jovens, adultos e idosos, pós-pandemia?

O caos desvelado nesta pandemia Covid-19, gestando uma nova ordem social, política e econômica, nos traz à luz o núcleo dos problemas e desafios: a crise de nossa saúde pessoal e coletiva, uma crise sanitária em 5 Ds (física, intelectual, emocional, psíquica e espiritual), em um mundo único, um sistema global planetário. A natureza, sábia orquestradora das espécies, reassume o controle, nos ordena e tenta, ainda uma vez mais, nos disciplinar a priorizar o básico do básico, faxinar o micro e o macro, e estabelecer o direito ao saneamento básico, a uma rede de água e de esgotos que nos eleve ao nível de cidadãos e de humanidade.

A grande maioria dos programas e softwares não serve mais, está superada, no que se refere a valores, propósitos, princípios que nos fizeram chegar até aqui. São requeridos imediatos resets e downloads inéditos, protocolos básicos de higiene, como “lavar as mãos”, e salto de consciência; afinal, respiramos o mesmo ar, o bem maior, divino, a vida, pois estamos na mesma atmosfera física e biopsíquica!

Compreender quais serviços serão essenciais, quais negócios serão necessários e promissores e as consequentes escolhas profissionais, certamente passará pelos filtros dos aprendizados impostos pelo isolamento social, mundialmente. Que paradoxo genial: todos, exatamente todos, em aprendizado instantâneo – onlineontime –, separados e juntos. Viva a tecnologia!

O que restará no curto, médio e longo prazo aos indivíduos, aos grupos familiares, às corporações, às nações? Com esta pandemia, quais pilares da cultura local e global sustentarão a humanidade, nestes novos e diferentes estágios de consciência? Quais os novos sintomas e síndromes biopsicossociais surgirão e se intensificarão? E quais seus impactos no trabalho individual e coletivo desta reclusão involuntária, não planejada? Quais os aspectos luz e sombra serão reforçados, reeditados e cujas raízes fundamentarão atitudes e comportamentos sociais?

Certamente, nas organizações, se acentuarão os sintomas de transtornos dissociativos de identidade e subjetividades, similares aos dos indivíduos; os de caráter social que, embora já existissem, nunca foram considerados, nem minimamente a eles foram destinados investimentos em metodologias, instrumentos de mapeamento, abordagem, e gestão.

Pouquíssimas empresas trataram das questões culturais, com o rigor e a profundidade que o tema requer; quando muito atingiram, timidamente, a superfície, sem a compreensão de serem estas fundamento, alicerce e continente, plataforma para sua perenidade e saúde, sustentabilidade e evolução.

Durante e pós-pandemia, são e serão primordiais ações de liderança educadora e contemporânea que priorizem o enfrentamento de tais síndromes dos indivíduos e dos organismos sociais, sejam famílias, empresas (com ou sem fins lucrativos), nações e planeta terra. Quais serão nossas dores, nossas cicatrizes e nossas forças, nossos lutos, nossos desejos de mudança? Quais serão nossas fluidas convicções? O que decidiremos fazer, não fazer, ou nunca mais fazer? Teremos convicção e força para sermos quem somos, sairmos dos pactos nefastos e doentios? Conseguiremos uma melhor versão dos nossos softwares, de nós mesmos?

As síndromes do passado já conhecemos: insônia, fobias, angústia, ansiedade, perda de concentração, transtornos bipolares, “cegueira”, TOCs, pânico, hipertensão, uso de drogas lícitas e/ou ilícitas, prazeres e felicidades instantâneas e efêmeras, burnout, dentre outras tantas. E os sintomas também já presenciamos: alienação, esquizofrenia (embotamento afetivo, sentimentos persecutórios, “delírios”, perda de sentimentos, relações de extrema competição e egos, diferenças e distanciamento social, sistemas cruéis de informação e de avaliação, cobrança de resultados e meritocracia, sentimentos voláteis de realização, status e realização momentânea, tristeza, desânimo, depressão…), neurose, sociopatia e/ou psicopatias sociais (frieza calculista, sedução, inteligência inquestionável, delírios de grandeza sustentados pelo egoísmo e orgulho corporativos…).

Temos em nós o gene “essência” para encontramos, juntos, soluções inovadoras, simples, realistas e de pequenas vitórias, que unirão nossos corações e mentes, desabrocharão nossas esperanças, coragem, convicção e alegria, gerando a partilha do conhecimento e a construção da sabedoria (bem comum), em rede de respeito, colaboração e solidariedade. Assim, talvez, possamos transcender os parasitas e vírus que hospedamos e transmitimos, esses incríveis mestres que emergiram à luz do dia, provocando esta pandemia. Sim, necessitarão ser devidamente tratados e cuidados, a partir de cada um de nós, para conseguirmos reerguer e reconstruir um novo sistema social de trabalho e de vida, que privilegie a inovação e o time, ao invés da hierarquia. Ou será que precisaremos de outros mestres ainda mais virulentos e incisivos para nos ensinar a solidariedade e a compaixão?

Como assumir o autocontrole e a gestão das comorbidades sociais, dos desafios de saúde, de inovação e de sustentação financeira em cada organismo, no individual e no coletivo?

  1. Classificações dos sintomas e síndromes dos traços culturais não são diagnósticos, são apenas catalogações, categorizações. Mais do que nunca, são essenciais diagnósticos legítimos e compartilhados, que tragam à luz as narrativas dos desconfortos, das mágoas, das angústias e sofrimentos organizacionais, indo além das classificações. Diagnósticos são subjetivos, incomparáveis, dinâmicos e, portanto, terapêuticos (como nos ensina o Sérgio Felipe de Oliveira, Neurocientista*). Um trabalho sério de ouvidoria amorosa, consciente, confiável, que constrói sínteses partilhadas, tece confiança, planos e pactos estratégicos de ação para a transformação e a transcendência dos estados patogênicos, tanto financeiros quanto sociais, ordinariamente comuns às empresas e à sociedade deste tempo que se esvai. Tempo de finalização de um ciclo baseado no autoengano, nas fake news, nas “cegueiras”, na imaturidade, nas doenças físicas e psíquicas, nos sentimentos de “culpas” e de “vergonha organizacional”. Tempos que poderão ser superados por lideranças vocacionadas ao autoconhecimento empresarial, ao resgate do valor da equidade das contribuições humanas e à evolução da consciência organizacional. É tempo da regeneração do DNA e da Alma Organizacional, que sustentará o mundo do trabalho e da vida com significado; enfim, de nossa Humanidade!

* Citando uma de minhas fontes de inspiração, o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, Neurocientista, é precursor dos estudos integrados de Ciência e Espiritualidade: “A inteligência só se torna lúcida quando o conhecimento é transformado em ação do bem comum.”

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Imagem: Ascension and Truth
by Jennifer | Jan 10, 2017 | 2017, blog, Energy, Intuition, January 2017, Karma and Destiny, Life Mastery, powerful, Spiritual Path, transformation